Pesquisa

Na dimensão da extensão universitária do Grupo PET Gestão Social desenvolve-se um trabalho no campo da Economia Solidária junto a beneficiários das políticas de inclusão socioprodutiva da Assistência Social. Um problema central enfrentado pela ação extensionista diz respeito à compatibilização entre a racionalidade econômica culturalmente prevalecente, baseada na idéia da maximização do autointeresse, e a racionalidade econômica necessária ao desenvolvimento de uma ação coletiva e autogestionária própria dos grupos de Economia Solidária. Essa racionalidade aponta para uma outra lógica: a da sociabilidade, a do pertencimento a uma comunidade, o que pressupõe uma “racionalidade do nós” em contraposição a uma racionalidade individualista. Noções como as de confiança e de reciprocidade são elementos imprescindíveis na construção dessa lógica econômica necessária ao pleno desenvolvimento dos empreendimentos em Economia Solidária.

Em razão disso, mostra-se relevante o esforço, por um lado, de repensar e enriquecer conceitualmente a racionalidade econômica preponderante na sociedade contemporânea, de forma a lançar luz sobre aspectos por ela não contemplados e que podem contribuir para a formação de uma racionalidade econômica mais afinada com a lógica organizacional dos grupos autogestionários.

Por outro lado, a interação com os empreendimentos solidários constituídos ou em formação permite uma investigação de cunho mais empírico. A proposta é identificar, por meio de metodologias como a discussão de grupo (grupo focal), qual é a lógica predominante nos grupos, no que diz respeito à racionalidade econômica, e investigar possíveis contribuições para a alteração dessa lógica, mediante a aplicação de metodologias participativas, como jogos estruturados e dinâmicas voltados para a formação de empreendedores. A metodologia da pesquisa-ação serve de referência para a interação com os beneficiários, articulando assim intervenção na realidade com a investigação científica.


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